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Entrevista com Valentim Schmoeler

Entrevista com Valentim Schmoeler

Por Álvaro Castro

Natural de Tubarão (09.01.1956), com três anos de idade mudou-se para Imbituba, onde começou a ter os primeiros contatos com as artes cênicas. Em 1972 chegou em Itajaí. Valentim Schmoeler, decano do teatro regional, é professor, ator, produtor, autor e diretor de teatro. Desde a década de 1980 dedica-se às atividades teatrais, tendo viajado por várias cidades de Santa Catarina apresentando-se com equipe de atores, figurinistas, técnicos em iluminação e cenógrafos por ele formada.

Valentim por Valentim – Sou uma pessoa simples, com todos os sonhos realizados.

Qual o sentimento predominante quando você chega aos 40 anos de atividades ligadas ao teatro? – Quando chego a comemorar 40 anos de atividades dentro da minha companhia de Teatro, a Anchieta Arte Cênica, e meus 59 anos de teatro, sinto uma alegria muito grande.

Em qual cidade você nasceu, e quando veio para Itajaí? – Nasci em Tubarão e vim para Itajaí em 1972.

Em 1985, você era um jovem de 29 anos de idade, idealista, talentoso, com o fazer teatral correndo nas veias. Saudade desse tempo? – Sinto muita saudade desse tempo. Se pudesse voltar, faria tudo de novo porque foi muito bom. Os anos 70 em Itajaí, eu carrego com muita saudade, foi um tempo de ervescência teatral muito grande. Vários grupos atuando, muita juventude no palco, muita força, muita energia. Eu fazia parte do Grupo Robsons, Grupo Charles Chaplin e Grupo Chave. Tinha em Itajaí o Grupo Catalouco, o Grupo Arte Drama, e o Grupo Folke, do Salesiano. Tam-bém o Grupo Sérgio Cardoso, do Colégio Nereu Ramos. Era uma época muito boa, onde havia o MAD – Movimento de Arte Dramática, um tipo de festival que a gente apresentava na Sociedade Guarani, dentro do Festival de Inverno de Itajaí.

O que é e como surgiu a Companhia de Teatro Anchieta Arte Cênica? – No final de 1984 eu havia deixado a equipe Vira Lata do Teatro Carlos Gomes de Blumenau. Voltando para Itajaí, fui trabalhar no Hiper Mercado Vitória, fazendo locução comercial. Toni Cunha (o Toni foi meu primeiro amigo de Itajaí, mesmo eu estando em Curitiba, Blumenau, a nossa ami-zade sempre foi muito forte) começou a por na minha cabeça que eu deveria criar uma Companhia de Teatro e viajar por Santa Catarina. A princípio parecia impossível, mas acabamos procurando pessoas para participarem. O Regime Militar ficara para trás e vivíamos a nova república. Escrevemos um texto, para um espetáculo infantil com temática sobre política. Assim, eu, Toni e José Carlos Leal, escrevemos O Castelo da Bruxolândia. No final havia uma eleição e a plateia votava, ou no principezinho ou no malvado. O espetáculo foi apresentado mais de 2.000 (duas mil) vezes no Estado de Santa Catarina.

Em quantas cidades vocês -presentaram espetáculos? – Viajamos de pelo menos 90% das cidades catarinenses. Em várias cidades como Chapecó, Xanxerê, S. M. do Oeste, Pinhalzinho, Joaçaba, Curitibanos e outras; para o Sul do estado também; Criciúma, Tubarão, Araranguá, Imbituba, São Ludgero, etc. Impossível relacionar todas aqui.

O que significa AECA? – AECA significa Alunos do Exercício Cênico Anchieta. Surgiu em 1995, há 30 anos atrás. Quando comemoramos 10 anos do Anchieta Arte Cênica, alunos do CBT- Curso Básico de Teatro. Esses alunos pediram a continuidade do Curso Básico de Teatro. Eu disse que não tinha tempo disponível, mas acabei aceitando dar o curso nos sábados, único tempo livre. Aceitaram. Combinei com eles que a cada CBT os alunos seriam convidados a integrar o Anchieta Júnior de Arte Cênica, de início, mais tarde AECA. Hoje, há grande expectativa sobre quem será admitido.  

Desde 1986 você ministra curso de teatro? – Em 1986 eu montei o primeiro curso básico de teatro, com o intuito de começar a movimentar novamente o lado do teatro em Itajaí, que estava vazio. As pessoas haviam se formado no curso médio e seguiram suas vidas, muitos viajaram para outras cidades.

O que é o Bagagem Cênica? – Era o lado profissional do Anchieta. Gente que viajava, por todo o estado, vivendo profissionalmente do teatro. Depois veio o AECA – Alunos do Exercício Cênico Anchieta, o CBT – Curso Básico de Teatro, e tudo ficou dentro de uma produtora que é o Anchieta Arte Cênica. Então, BAGA-GEM CÊNICA era pequena equipe que viajava profissionalmente por todo o estado, vivendo exclusivamente do teatro.

A programação comemorativa dos 40 anos do Anchieta Arte Cênica incluiu diversas atividades entre os dias 6 e 10 de agosto. Foi mais um sucesso?  – A festa dos 40 anos, foi um grande sucesso, grande sucesso de público, visitando a nossa sala de exposição de cartazes, de figurinos e fotografias, foi memorável. Os espetáculos de casa cheia todos os dias, foi um evento de grande sucesso. Agradeço a todos: integrantes do Anchieta, pessoal da Casa da Cultura Dide Brandão e ao público em geral.

Parabéns e Muito obrigado.

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