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Música

Poesia da Semana

A memória

Pedro Prud

O coelho em um dia de Páscoa
Trazendo o doce, o chocolate
A memória.

O coelho em um dia de Páscoa
Sendo silenciado
Atrás de grades, ele se encontra
Inocente Coelho
São grades que jamais serão abertas
E o coelho permanece ali, quieto
De volta aquele mesmo cárcere

 

 

 

Kecia Almeida

Subindo pelas ruínas,
crianças correm nas esquinas,
pequenos heróis e heroínas
percorrendo o salão do castelo chamado vida.
No trono, lê-se "Segregação".
Quem são?
Os Reis da Anticorrupção,
que fazem promessas vãs, prometem bênçãos em remessas,
e escondem, atrás da boa ação,
o resultado da ilusão.

A terra superaquecendo,
o chão tremendo e o lamento
acompanham o vapor de querosene.
Nas trincheiras, o que se vê
nem sequer é visto.
Então é assim a tal sociedade?
Essa em que muitos nem sequer tiveram a oportunidade
de saber como é a sensação de saciedade.

Victor Hugo Pereira Pacheco

Eu podia ser clichê e dizer que meu mundo todo é você, eu podia ser tosco e dizer que sem você o mundo é fosco de se ver, eu podia ser menos autêntico e dizer que atravessaria o atlântico e talvez descobriria o amor em nível quântico e traduziria pro sentido semântico, oh que romântico, eu poderia andar o deserto e viver só do incerto, quem sabe eu podia ser mais esperto e ter o peito mais aberto só pra ter você um tiquinho mais perto, por você eu sei tudo que podia, que
eu faria e o que diria eu só não saberia que sem você, O QUE EU SERIA?

 

Lamento
Nilson Weber

Lamento se nas manhãs claras e serenas
não saímos para nadar no mar do outono,
se nos entregamos à letargia do sono
sem tentar ser mais do que já fomos.

Como expressar o sublime das coisas
que nos faz pequenos?
Qual cobertor poderia aquecer-nos a todos do frio?
a não ser em pensamentos?

Lamento os barcos que não se fizeram ao vento,
os túmulos que ninguém visita,
os livros que não foram lidos,
as vidas ceifadas pela fúria dos insanos,
as plantas que esqueceram de regar,
a erosão dos sonhos mais amenos,
a psiquê dos psicopatas,
o pão mofado que não ajudou
a matar a fome dos despossuídos,
a flor colhida antes do tempo,
o amor reprimido;
o que não me coube,
o que não me soube.

Não há rio que sacie a sede
de todos os homens.

Amor em três atos
Ricardo Steil

Praeludio
é quando você vai
morro mais um pouquinho
para renascer no instante
da tua chegada

Interludium
pior do que amar e não ser correspondido
é amar e ser iludido
porque do que nunca se teve fica a vontade,
mas da boca que um dia foi tua
resta a saudade,
e saudade é coisa triste de se ter

Actu Finale
rasguei as fotos,
olhei pela janela,
certo de que a vida não tinha
completamente passado

Relicário das Lembranças

Kecia Almeida

Que saudade
Daquele cheiro do café
E da ciriguela tirada diretamente do pé. Pegar o ônibus escolar,
Chorar até soluçar só pelo balão colorido estourar.
Ficar nervosa ao se apresentar na frente dos coleguinhas.
Rir até chorar por consequência das "cosquinhas".
De ser livre para brincar, cantar, sonhar e acreditar que tudo é possível,
Por mais que seja,
E eu até veja,
Sinto falta
Daquele ser
Que já não é,
Mas um dia foi,
Eu.

O meu grito
Álvaro Castro

Quando eu liberar o meu grito,
se um tonitroar rasgar o infinito
bobagem perder a calma;
a agonia de minha intuspecção
me valerá por veredito:
atrofiada estará minha alma.

O eco (meu ego) some, não reverbera.
Se minha voz não alcança as montanhas
inútil é a minha espera;
se o grito não passar de mim,
não sair de minhas entranhas,
frustra-me e não atinge o seu fim.

Se camelo blaterar é costumeiro
como a coruja chirriar,
ou balir o cordeiro,
e se é legítimo um cão rosnar,
por que, então, não consigo gritar?!
Não um grito qualquer, despropositado,
Mas do fundo de meu âmago.

Exercitarei meu grito
até alcançar o infinito!
Quero voar, ouvir o ruflar de asas,
encontrar-me com anjos,
sufocar meu ego e silenciar o eco.
E o meu grito, saído de minhas entranhas,
finalmente se ouvirá além-montanhas
– rasgará o infinito –
e nunca mais será o dito pelo não dito.

PENSAMENTOS
Álvaro Castro

Se pensas que penso como esperas
que eu pense, provavelmente te equivocas,
pois, penso que penso diferentemente,
até quando duvidando me provocas.

Penso que pensas que sabes o que penso
e penso que não pensas bem.
Talvez também me equivoque, não sei:
... se meus olhos me traem e te revelam
o que penso e nem eu mesmo sei.

Mas se queres saber de mim
o que penso realmente de ti,
basta ouvir-me quando falo
e refletir quando me calo.

Para mim é demais interessante,
mesmo quando prepotente e arrogante;
apenas não consigo compreender-te
quando, indecisa e vacilante,
desprezas o meu amor suplicante;
quando em teus repentes lembras que
que sou um pobre poeta – que sou diferente.

DESABAFO DE POETA

Álvaro Castro

Milhões de astros no cosmos ultramarino
milhares de vidas no colo intra-uterino

Formas de astros e espécies de vidas
diversos e infinitos espaços
céu, terra, águas, barrigas,
ovários e úteros – doces regaços.

Partículas e espermatozóides
inspiram o poeta criador,
xingado de debilóide
quando exprime a própria dor.

Ante as verdades do poeta
os ignorantes e os desatentos
da platéia - surdos patetas -
dissimulam seus desalentos.

Inobstante, os poetas "vagabundos"
jogam pérolas aos porcos:
ouvintes moribundos,
insensíveis, quase mortos.

Apaixonada 

Andrea Bordin Ribeiro

É tão bom estar apaixonada 

É tão bom sentir 

Seu beijo é teu abraço 

Sentir seu cheiro 

Sentir seu corpo ao meu 

É sentir saudades quando 

Ele não está 

Quando ele está tudo 

Fica lindo 

Lembra da música que ele gosta  nos lugares 

Quando você  foi embora 

Sempre  será lembrado para sempre em minha mente. 

 

Meu amor e mais doce do que o mel 

Andrea Bordin Ribeiro   

Meu amor e mais doce do que  o mel 

Só  teus beijos tem poder 

Vai  levando o meu amor 

Para ficar junto de ti 

No meu coração 

Eu sigo te amando 

De todo meu coração por você  

Eis a meninas dos sonhos 

Estou  esperando por ti 

Guardes bem minhas palavras ninguém pode me impedir 

Minha sina foi marcada 

No dia que te conheci 

Nosso amor é muito forte 

Um dia vamos  nos unir.