Poesia da Semana
O meu grito
Álvaro Castro
Quando eu liberar o meu grito,
se um tonitroar rasgar o infinito
bobagem perder a calma;
a agonia de minha intuspecção
me valerá por veredito:
atrofiada estará minha alma.
O eco (meu ego) some, não reverbera.
Se minha voz não alcança as montanhas
inútil é a minha espera;
se o grito não passar de mim,
não sair de minhas entranhas,
frustra-me e não atinge o seu fim.
Se camelo blaterar é costumeiro
como a coruja chirriar,
ou balir o cordeiro,
e se é legítimo um cão rosnar,
por que, então, não consigo gritar?!
Não um grito qualquer, despropositado,
Mas do fundo de meu âmago.
Exercitarei meu grito
até alcançar o infinito!
Quero voar, ouvir o ruflar de asas,
encontrar-me com anjos,
sufocar meu ego e silenciar o eco.
E o meu grito, saído de minhas entranhas,
finalmente se ouvirá além-montanhas
– rasgará o infinito –
e nunca mais será o dito pelo não dito.
PENSAMENTOS
Álvaro Castro
Se pensas que penso como esperas
que eu pense, provavelmente te equivocas,
pois, penso que penso diferentemente,
até quando duvidando me provocas.
Penso que pensas que sabes o que penso
e penso que não pensas bem.
Talvez também me equivoque, não sei:
... se meus olhos me traem e te revelam
o que penso e nem eu mesmo sei.
Mas se queres saber de mim
o que penso realmente de ti,
basta ouvir-me quando falo
e refletir quando me calo.
Para mim é demais interessante,
mesmo quando prepotente e arrogante;
apenas não consigo compreender-te
quando, indecisa e vacilante,
desprezas o meu amor suplicante;
quando em teus repentes lembras que
que sou um pobre poeta – que sou diferente.
DESABAFO DE POETA
Álvaro Castro
Milhões de astros no cosmos ultramarino
milhares de vidas no colo intra-uterino
Formas de astros e espécies de vidas
diversos e infinitos espaços
céu, terra, águas, barrigas,
ovários e úteros – doces regaços.
Partículas e espermatozóides
inspiram o poeta criador,
xingado de debilóide
quando exprime a própria dor.
Ante as verdades do poeta
os ignorantes e os desatentos
da platéia - surdos patetas -
dissimulam seus desalentos.
Inobstante, os poetas "vagabundos"
jogam pérolas aos porcos:
ouvintes moribundos,
insensíveis, quase mortos.
Apaixonada
Andrea Bordin Ribeiro
É tão bom estar apaixonada
É tão bom sentir
Seu beijo é teu abraço
Sentir seu cheiro
Sentir seu corpo ao meu
É sentir saudades quando
Ele não está
Quando ele está tudo
Fica lindo
Lembra da música que ele gosta nos lugares
Quando você foi embora
Sempre será lembrado para sempre em minha mente.
Meu amor e mais doce do que o mel
Andrea Bordin Ribeiro
Meu amor e mais doce do que o mel
Só teus beijos tem poder
Vai levando o meu amor
Para ficar junto de ti
No meu coração
Eu sigo te amando
De todo meu coração por você
Eis a meninas dos sonhos
Estou esperando por ti
Guardes bem minhas palavras ninguém pode me impedir
Minha sina foi marcada
No dia que te conheci
Nosso amor é muito forte
Um dia vamos nos unir.