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CAMPECHE

Por Magru Floriano

A localidade de Campeche integra a Zona Rural do Município de Itajaí na parte conhecida historicamente como a Estrada Geral de Brusque. Seu nome faz referência a uma árvore popularmente denominada de pau-campeche. Desde o início da colonização essa espécie, a exemplo do pau-brasil, era utilizada pela indústria da tinturaria. A árvore era tão valorizada pelos colonizadores portugueses que acabou dando nome à localidade e a um riacho que cortava suas terras. Também encontramos seu nome designando, em Florianópolis, um bairro, praia e ilha.

A localidade já foi reconhecida com os nomes de Campinas e Morrete. Campinas fazia referência a uma família proprietária de grande extensão de terra no local. Mas quando a família deixou a localidade os moradores começaram a denominá-la de Campeche. Já o nome de Morrete deve-se à geografia, sinalizando para as terras mais altas da localidade. Um mapa de 1960 registra o nome de Morro Frio. Testemunhos de moradores mais antigos também fazem referência a esses nomes garantindo que as localidades de Morrete e Campinas simplesmente foram anexadas ao Campeche, formando uma comunidade única. Isso se deve ao seu baixo nível de povoação. Estimasse que a localidade abrigue no máximo mil pessoas que integram cerca de 250 famílias.

Campeche é uma das últimas comunidades itajaienses, já na divisa com Ilhota, Gaspar e Brusque, pelo lado direito da Rodovia Antonio Heil. Toda a região da Estrada de Brusque começou a ser ocupada já no final dos anos de 1700, mas tendo os primeiros registros oficiais ocorridos a partir do início do século seguinte, destacando a colonização patrocinada por Antônio de Menezes Vasconcelos de Drummond em 1820, a partir da localidade conhecida por Tabuleiro, atual Quilômetro Doze. A principal cultura do local é o plantio do arroz irrigado.

Campeche é uma das únicas comunidades da Zona Rural de Itajaí que ainda não experimentou grande afluxo populacional, mantendo-se economicamente baseada na agricultura e pequenas criações. Uma das poucas atividades diferenciadas está centrada na extração de areia para a construção civil. A empresa fica localizada bem na entrada da comunidade e seus grandes depósitos de areia são vistos da Rodovia Antônio Heil. Alguns moradores trabalham pelo sistema de ‘facção’ em suas próprias casas atendendo o polo têxtil de Brusque.

No ano de 1975 foi erguida uma igreja em adoração a São José que a Arquidiocese de Florianópolis incluiu na jurisdição da Paróquia São Pedro Apóstolo, no ano de 2012, tendo como matriz a Igreja São Pedro da Itaipava. No ano de 1995 a prefeitura construiu uma ponte pênsil ligando a comunidade a Limoeiro. Atualmente, o local recebeu uma ponte de concreto-armado, sendo desativada a antiga ponte. Também existe uma pequena ponte de concreto-armado ligando Campeche à localidade de Laranjeiras.

Para quem deseja pesquisar sobre Campeche e toda a região da Estrada de Brusque são indicados os livros: 1 – Raízes – Elisângela Regina Cardoso, 2004; 2 – Atlas socioambiental de Itajai – Marcus Polette et alii – 2012.

Matéria da Revista Sopa de Siri – edição 279/outubro – páginas 23 e 24

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