Por Magru Floriano
A região que dá acesso ao molhe sul da barra do Rio Itajaí tem o nome de Atalaia. Ali, também, encontramos praia e morro com o mesmo nome. Recebe esse nome porque no morro se abrigava o funcionário do Porto de Itajaí que ficava de vigia e conseguia observar o mar, sinalizando bandeiras para comunicar aos comandantes se a maré e o tempo estavam em condições favoráveis para o navio adentrar a barra do Rio Itajaí. Neste tempo, sem os molhes, a barra do Rio Itajaí era extremamente perigosa à navegação. Esse vigia era conhecido por atalaia, daí o morro, a praia e toda a região receberem o nome de Atalaia. Apesar do nome inicial do local ser grafado no masculino (do Atalaia) é usual e popular falar no feminino (da Atalaia).
O MOLHE
O molhe da barra do Rio Itajaí foi construído no começo do século XX pela empresa Cobrazil. O molhe do lado norte recebeu pedras vindas de Pedreiras – Navegantes, então localidade pertencente ao Município de Itajaí. O molhe do lado sul recebeu pedras do próprio morro ali existente. Essa retirada de material do local, possibilitou a construção da Estrada Geral de Cabeçudas, bem como a instalação da sede social dos funcionários do Porto de Itajaí e o CEA – Centro de Educação Ambiental. As obras dos molhes da barra começaram no ano de 1905, se prolongando por décadas, tendo dois itajaienses ocupado o importante cargo de Ministro dos Transportes: Lauro Severino Müller e Victor Konder. O molhe também recebeu, por cima da base de pedras, estruturas de concreto-armado no formato de tetrápodes ou pés-de-galinha. Um deles foi fixado na Praça Arno Bauer, entre o Museu e a Casa da Cultura, simbolizando a vocação do Município de Itajaí para a atividade portuária.
PRAIA DO ATALAIA
Originariamente a Praia do Atalaia ocupa toda a extensão da orla marítima que inicia no molhe e termina em um grande costão existente no lado sul. O local ficou muito tempo abandonado, com os veranistas e banhistas preferindo Cabeçudas como área de lazer. Os primeiros usuários foram os ‘peladeiros’ – praticantes amadores do futebol de areia – que ali faziam suas ‘peladas’ nos finais de semana e feriados. Mais recentemente a prefeitura montou uma estrutura fixa, com arquibancadas e quadras de futebol de areia, na parte central, para os adeptos desse esporte. Os surfistas chegaram no final da década de 1970. Os pioneiros e arrojados desportistas transformaram a parte próxima ao molhe em um dos mais destacados pontos de surf de Santa Catarina.
Atualmente, ela é muito frequentada por veranistas comuns, não obstante a forte correnteza de suas águas inibirem um pouco a prática do banho de mar. Temos três designações válidas para as partes que constituem a Praia do Atalaia, considerando que ela possui divisões naturais através de rochas. Na primeira parte, que vai do molhe até a primeira grande pedra, a localidade passou a ser chamada também de Praia do Molhe. A parte central mantém o nome original de Praia da Atalaia ou Praia do Atalaia. A parte final, entre uma pequena rocha e o costão, também é conhecida como Praia do Linguado. Dizem que esse nome se dá por conta da pescaria de linguado no local e, em tempos remotos, à captura de um grande linguado. A principal curiosidade do local fica por conta de uma escultura, feita pelo artista Ênio Gonçalves, na Praia do Molhe. A escultura na pedra fica grande parte do tempo encoberta pela areia, só sendo revelada esporadicamente nas ressacas, quando o mar retira grande quantidade de areia da praia.
PARQUE DO ATALAIA
No ano de 2004 foi criado, pelo Decreto nº 7117, o Parque Natural Municipal do Atalaia, abrangendo terras de Cabeçudas e Fazenda. A entrada do Parque é pela Fazenda, mas toda a estrutura está no topo do Morro, muito próximo do litoral e da barra do rio Itajaí. O mirante oportuniza ao turista uma ampla vista panorâmica de boa parte do litoral de Itajaí, a barra do rio, baía Affonso Wippel, centros urbanos de Itajaí e Navegantes, bem como os dois grandes terminais portuários e a navegação e manobras dos navios de longo curso pelo Rio Itajaí.







