Por Magru Floriano
A localidade Barra do Rio é uma das primeiras regiões urbanizadas fora do Centro de Itajaí. Ela abrigou a olaria do colonizador Agostinho Alves Ramos (1830), depois, tendo suas instalações utilizadas como ‘galpão dos imigrantes’ que subiram o Rio Itajaí-açu para fundar Blumenau (1850), e, o Rio Itajaí-Mirim para fundar Brusque (1860). Os primeiros moradores do local foram membros da Família Arzão. Enquanto João Dias de Arzão ocupou a margem esquerda por volta do ano de 1658, Mathias dias de Arzão ocupou a margem direita a partir de 1794. Até o surgimento do Bairro São João, a Barra do Rio fazia divisa com a localidade conhecida como Coloninha. A Barra do Rio tem três grandes destaques no imaginário coletivo itajaiense: o porto da balsa, a Fábrica de Papel Itajahy, o Aeroporto.
O nome Barra do Rio alimenta uma polêmica antiga entre historiadores e memorialistas porque, dadas as atuais características geográficas, esse nome (barra do rio) deveria designar a região que conhecemos como Boca da Barra ou Molhes da Barra. O nome faz referência à foz do Rio Itajaí-Mirim, mas a preferência para receber esta designação seria a foz do Rio Itajaí e não do seu afluente. Há especulações dando conta de que isso ocorreu porque, no tempo da colonização, a foz do Rio Itajaí não apresentava propriamente uma barra bem definida, sendo formada por grandes coroas de areia que dificultavam o acesso das embarcações à uma grande baía que historicamente ficou denominada de Saco da Fazenda e, posteriormente, Baía Affonso Wippel. A correção do leito do rio e a construção dos molhes, pela empresa Cobrasil, nos anos de 1920, conferiu ao Rio Itajaí uma barra. Como a população já utilizava o termo barra do rio em referência à região da foz do Rio Itajaí-Mirim, para diferenciar, utilizou termos como Molhes da Barra e Boca da Barra.
Em 1866 a população regional começou a luta por uma estrada que fizesse a ligação por terra entre a Barra do Rio e a Colônia Itajahy (atual Brusque), obra que foi finalizada em 1875 recebendo nomes por setores, como é o caso de ‘Caminho dos Alemães’, ‘Rua do Rio Pequeno’, ‘Rua do Jacaré’ ‘Estrada da Frente’. Partes dessa obra, atualmente, são denominadas de Rua José Pereira Liberato, Rua Erna Hoier Corrêa e Avenida Itaipava. Mais adiante a localidade abrigou as primeiras indústrias itajaienses, culminando com a instalação da Fábrica de Papel Itajahy no ano de 1913.
Por muitos anos o local apresentou o único ponto de travessia do Rio Itajaí através de balsa. A ponte Marcos Konder, sobre o Rio Itajaí-Mirim, foi concluída em 1930, às vésperas da revolução que guindou Getúlio Vargas à presidência da República. Mas, mesmo com a ponte concluída o serviço de balsa nunca deixou de funcionar no local, recebendo a denominação popular de balsa da Barra do Rio. O local só deixou de ser o principal elo entre a região sul e norte do Estado de Santa Catarina em 1962, quando da inauguração da ponte da BR-101 sobre o Rio Itajaí-Açu, já na divisa com Navegantes.
Entre 1950 e 1970 a localidade abrigou o Aeroporto Salgado Filho, depois Ministro Victor Konder. A transferência do aeroporto para Navegantes abriu espaço para a prefeitura implantar o Primeiro Distrito Industrial de Itajaí abrangendo também terras do Imaruí. No ano de 1998 o prefeito Jandir Bellini assinou a Lei nº 3359 dividindo o Município de Itajaí em dezesseis Zonas Administrativas. Nessa divisão foi criada a Zona Administrativa da Barra do Rio incluindo nela as localidades de Imaruí, Primeiro Distrito Industrial e Nova Brasília.







