Entrevista feita pela fotógrafa Clarissa Herrig com 11 mulheres da comunidade pesqueira de Bombinhas, deu origem ao fotolivro Mulheres de Sal, que surge para dar visibilidade ao papel feminino na cultura marítima da cidade. O livro pode ser conferido no link: https://bit.ly/MulheresSal, onde, além das fotos, é possível ouvir as mulheres entrevistadas durante o projeto.
Maricultoras, donas de peixaria, descascadeiras de camarão e pescadoras estão entre as personagens que compõem a publicação. Nela, Clarissa reúne relatos que revelam não apenas a relação profunda com o mar, mas também memórias de infâncias interrompidas cedo, responsabilidades precoces e a rotina de trabalho incessante que sustentou famílias e modos de vida na cidade, histórias que certamente se repetem em todo o litoral catarinense. Mais do que uma coletânea de imagens, o livro é uma narrativa visual e documental que busca resgatar e preservar a memória de mulheres anônimas e, ao mesmo tempo, fundamentais para a manutenção da vida e da comunidade pesqueira.
De acordo com a fotógrafa, a inspiração para o projeto veio da necessidade de compreender e tornar visível o trabalho dessas mulheres que, por gerações, estiveram presentes na pesca artesanal e na maricultura, mas quase nunca foram reconhecidas como protagonistas. O trabalho é um convite à reflexão sobre a desigualdade do cuidado, a invisibilidade feminina e a urgência de se reconhecer a presença essencial dessas mulheres.
O nome “Mulheres de Sal” carrega essa simbologia: o sal que vem do mar, o sal que preservou por tanto tempo o alimento nas antigas salgas – num tempo em que não havia eletricidade – e também o sal do suor, metáfora para o trabalho árduo e essencial dessas mulheres.